sábado, 19 de novembro de 2011

Ferretti: Bronca não ganha jogo, o que te leva à vitória é a competência


Calmo, pacífico e extremamente centrado. Assim é Fernando Ferretti, o homem de 62 anos, que tem a missão de conduzir o Santos ao seu primeiro título na Liga Futsal. Carioca com passagens por diversos clubes do país, Ferretti é um dos técnicos mais respeitados do futsal mundial. Tetracampeão da Liga pelo Jaraguá, ele trava uma batalha pessoal com o Carlos Barbosa pelo pentacampeonato (o clube gaúcho, adversário do Santos na decisão, também é tetracampeão da Liga Futsal). Para isso, o treinador pede que a sua equipe jogue com foco, diferentemente do segundo tempo no Sul, quando permitiu a virada do Carlos Barbosa, depois de estar vencendo por 2 a 0.

Aficcionado por futsal e futebol, o técnico não larga suas grandes paixões nem nas horas vagas, onde divide a atenção com familiares e amigos. Com uma proposta para trocar o Santos pelo Joinville, Ferretti diz que dará uma resposta apenas após o segundo jogo da decisão, na próxima terça-feira. Assessor da seleção do Paraguai, chama atenção à beira da quadra por manter sempre a serenidade nos momentos críticos, creditando o auto-controle aos 35 anos dedicados à função de treinador.

SPORTV.COM: Que balanço você faz deste ano à frente do Santos? O trabalho está correspondendo conforme o esperado?

Fernando Ferretti: O balanço é positivo. A equipe já cumpriu parte da meta, que é sempre chegar às finais. Chegamos nas três competições que disputamos alcançando um título (Copa Gramado) e um vice (Campeonato Paulista). Isso pode melhorar muito mais, com a possibilidade de título na Liga deste ano. Nossa missão é estar sempre nas finais, pois quem chega lá não ganha todas e tampouco perde todas. É o proximo passo para os títulos, de forma que, até agora, o resultado é satisfatório e ainda pode ser melhor.

O que o Santos precisa fazer para superar o Carlos Barbosa na próxima terça-feira e sagrar-se campeão da Liga Futsal?

Jogar com o foco do primeiro tempo jogado lá. Inexplicavelmente, uma equipe como a nossa errou muito na etapa final e isso é fatal numa decisão.

Alguns jogadores santistas comentaram que viram determinados atletas do Carlos Barbosa já comemorando o título na última semana. Você acha que isso é um combustível a mais para o Santos chegar à vitória no segundo jogo?

Nada que o Carlos Barbosa não mereça comemorar. Eles resolveram um jogo difícil, jogando bem o segundo tempo. Não vi excessos. Nossos ingredientes para a vitória aqui são outros.

Você concorda com a afirmação do Falcão, de que a arbitragem prejudicou o Santos em Carlos Barbosa (RS)?

Tivemos claramente uma arbitragem caseira. Fomos prejudicados, mas acho que usar isso como desculpa é desviar o foco dos nossos erros, que, aliás foram muitos.

Tanto a tranquilidade como a gesticulação devem vir acompanhados de competência"Como é o Ferretti fora das quadras? O que gosta de fazer nas horas de lazer?

Um cara que vive para os amigos e para a familia, razão de tudo ser. Nas horas de lazer, curto ainda mais o futsal e o futebol.

Você é muito elogiado por sua postura sempre centrada à beira da quadra. Como consegue manter o controle emocional mesmo nos momentos difíceis?

Melhor assim.Treinador tem se preocupar com o jogo, foco na sua equipe e no adversário. Nem sempre foi assim, mas depois de 35 anos sentadinho no banco...

Há pessoas que defendem que os técnicos devem ser emotivos, isto é, devem gritar e gesticular com os jogadores. Nunca te questionaram à respeito da sua calma?

Besteira! Tanto a tranquilidade como a gesticulação devem vir acompanhados de competência. Sem isso, nem um nem outro convencem.

Quem é o seu maior ídolo na função de treinador?

Atualmente é Muricy Ramalho, com quem tenho a honra de conviver no Santos. Ele é um grande treinador e um grande cara.

Você é ídolo no futsal paraguaio, para o qual você trabalha como assessor da seleção principal. Qual é a sua relação com este país?

Eu amo o Paraguai e o futsal paraguaio.Tenho grande carinho por aquela gente e tenho certeza que eles também têm por mim. Já estamos planejando a preparação da seleção para as eliminatórias para o Mundial 2012, na Tailândia. Trabalho com eles, como assessor da seleção e se Santos permitir, estarei com eles no mundial em novembro do ano que vem, caso conquistemos a vaga para a competição.

Há informações de que você está trocando o Santos pelo Joinville. Isto procede?

O Joinville me fez um convite e prometi não responder antes de terminar minha participação com o Santos nesta temporada e assim será.

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