quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Futsal europeu segue apostando nos craques brasileiros


Quando o Vocem/Assis fechou as portas no mês passado, os jogadores da equipe pensaram: “E agora?”. Pegos de surpresa, muitos não conseguiram outra oportunidade, uma vez que grande parte dos clubes paulistas já estava com o elenco praticamente fechado. Como sempre, a saída foi buscar uma chance em outro estado ou até fora do país - mesmo que isso signifique ficar uma, duas temporadas fora, distante a milhares de quilômetros longe da família, dos amigos e conviver com uma realidade a que não se está habituado.O pivô Thiago “Cabeça” resolveu arriscar. A paixão pelo futsal falou mais alto, segundo o jogador. O atleta abriu mão de tudo e foi se aventurar em terras polonesas. Ele e mais quatro brasileiros são a aposta do clube Katowice (que leva o nome da cidade) para a próxima temporada.O convite foi feito à Cabeça pelo treinador da equipe, o português José Geraldo Rosa. Mesmo sem saber falar inglês, polonês ou alemão - idiomas mais utilizados no país - o pivô aceitou o desafio sem pestanejar. “Vou ter que aprender a falar com a convivência mesmo, porque não dá para ter uma professora. Aqui é treino atrás de treino”, revelou o jogador.A comunicação é uma das barreiras que o atleta terá que superar sozinho. A princípio, serão dez meses longe da família, dos amigos e da namorada. “Tenho companheiros aqui, mas não vou poder falar sobre meus problemas, pelo menos não como falo para a família, para a namorada. Vou ter que acostumar e aguentar a saudade”, disse.Prós e contrasToda decisão tem a sua conseqüência, por isso é preciso pesar os prós e contras para não se arrepender depois. O goleiro Erick (foto), do Palmeiras/ Cimentolit, jogou no Action 21 (Bélgica) entre 2003 e 2004 e no MFK Tyumen (Rússia) de 2006 a 2008. Ele afirmou que aproveitou cada instante fora, inclusive para estudar. É fluente em inglês, francês e russo.“Os prós foram aprendizagem, conhecimento, os lugares que visitei e, principalmente, o retorno financeiro que tive. Os contras foram a saudade de familiares e amigos, a dificuldade de comunicação, o frio, a responsabilidade de sempre estar em ótimo rendimento e cobrança por resultados”, lembrou o goleiro.Outro que também tem boas lembranças da experiência vivida em outro país é Marcelo Souza Pires, o Giba, atualmente no Foz Futsal/Penalty (PR). O ala atuou no clube espanhol Benicarló, de 2005 a 2006, e no Playas de Salou, de 2007 a 2008.Giba comentou que foram quatro anos bem proveitosos e que valeu muito a pena financeiramente. Além de conhecer outra cultura, o jogador destaca a segurança de estar em um país de primeiro mundo.“Fui muito bem recebido e me adaptei rápido ao país e ao futsal espanhol. Demorei mais ou menos uns seis meses para entender e falar fluentemente. Acho que o único problema mesmo é ficar distante das pessoas que você gosta”, concluiu o ala.

Com informações de Fabio Rodrigues

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