sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O que o curso para treinadores na Argentina me ensinou


Cheguei da Argentina nesta terça-feira dia 31 de março,com a certeza de que nossos vizinhos em alguns anos,serão potência no futsal mundial.Constatei presencialmente o que já se observava a distância,ou seja,a excelente qualidade técnica dos atletas argentinos.De sexta-feira passada até domingo(29),alguns dos melhores técnicos locais tiveram a paciência de me ouvir discorrer sobre a preparação técnico tática das equipes de futsal.Domingo,acompanhei um amistoso entre o 17 de Agosto e o San Lorenzo de Almagro,clubes da primeira divisão do campeonato local.Embora a partida tenha sido pobre no aspecto tático,pude observar o excelente nível técnico das duas equipes o que me faz pensar que se a Argentina pensar urgente na reciclagem de seus treinadores pode virar destaque no cenário mundial.Cito um exemplo do curso: Discorríamos sobre a marcação quadrante,umas das mais eficientes da atualidade ,pois privilegia fundamentalmente o equilibrio e alguns treinadores me contestavam o quanto difícil era treinar a tal marcação.Então propus,aliás como sempre faço,uma aposta: Que no primeiro momento da aula prática seria proposta uma atividade que mostraria o quanto é fácil iniciar o atleta neste tipo de marcação.A maioria não acreditou mas também não aceitou a aposta.Então,domingo pela manhã foi o que fiz.Ao iniciar a aula prática,sem falar nada sobre o que pretendia,disse apenas que queria 4 defensores marcando 5 atacantes.Já na primeira movimentação do ataque,a defesa se colocou em 2 linhas de 2 atletas.Porque isso ocorre ? Inteligentemente os atletas percebem que no Futsal,4 não marcam 5 e se colocam em posição de equilibrio,de ocupar espaços.Foi um festival de contra ataques da equipe que defendia.é a tal capacidade cognitiva,fazendo o atleta raciocinar sobre a importância de equilibrar-se para marcar bem.Aí está o centro da questão para o desenvolvimento do futsal argentino.Os treinadores falam em sistema tático(ação conjuntado grupo chamado equipe),mas não treinam o racicínio tático dos atletas,a tomada de decisão qualitativa determinantes para um jogo individual e coletivo de qualidade.Outro problema que atrasa o progresso deles é falta de patrocinadores que permitam as equipes se profissionalizarem.A maioria dos atletas trabalham todo o dia nas mais diversas atividades para treinar a noite.Os salários dos clubes,são na realidade ajuda de custo,muito pouco para que o atleta possa treinar,descansar e alimentar-se bem,que são os tres pilares da performance em qualquer equipe competitiva.Até breve.
Postado por Prof. Fernando Ferretti em seu Blog do Ferretti.

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