terça-feira, 20 de setembro de 2011

Formação


A Formação de Jogadores de Futsal

Ferretti, ex-técnico da seleção brasileira e atual da Santos F.C, resumiu muito bem algo que, recentemente, tomou forma no futsal nacional: o êxodo dos melhores jogadores para o exterior e a decorrente exposição de jogadores desconhecidos (mas competentes) do público em geral. Certamente, boa parte destes não teria a mesma chance de jogar se aqueles ainda estivessem por aqui. O treinador levanta outro ponto interessante: com o êxodo dos craques houve um nivelamento das equipes. Por extensão, abriu-se um precedente para que os técnicos em geral e em particular aqueles que investem na formação de jogadores façam a diferença.
Inicialmente, compartilho a idéia apresentada de que os jogadores não são formados apenas nas categorias menores e de que o aprendizado em futsal se estende à categoria principal. Significa dizer que tanto um técnico da categoria Sub-13 quanto, por exemplo, um expert como o Miltinho , respeitando-se as particularidades e o nível de experiências anteriores dos atletas, formam jogadores. Por outro lado, é preciso destacar que, a rigor, os técnicos nunca perderam a vez, ainda que nem sempre isso seja reconhecido e ainda que nem todos tenham talento (ou estejam dispostos) para ensinar os jogadores a jogar bem futsal.
"(...) sugeriria que os técnicos, independentemente da faixa etária em que atuam, investissem boa parte do treino em situações tático-cognitivas. Estas exigiriam dos jogadores as habilidades de perceber e de analisar as situações e de apresentar soluções para os problemas".
Quando do ensino do futsal, vale a pena ponderar sobre a contribuição dos técnicos de diferentes categorias na formação dos jogadores. A meu ver, é muito relevante e sobre muitos aspectos. Destacaria uma em particular: a de contribuir para que aqueles percebam (leiam, pensem, raciocinem) o jogo, isto é, para que fiquem cada vez mais inteligentes. Por que a inteligência? Por que o futsal é um jogo eminentemente de natureza tática. Logo, a resolução de problemas é constantemente exigida. E não dá para resolver o que não se percebe! Portanto, sugeriria que os técnicos, independentemente da faixa etária em que atuam, investissem boa parte do treino em situações tático-cognitivas. Estas exigiriam dos jogadores as habilidades de perceber e de analisar as situações e de apresentar soluções para os problemas. Como os técnicos poderão treinar a inteligência dos jogadores? Inserindo jogos no treino (esta aí a medida metodológica principal!). Quais? Aqueles que dêem conta de treinar as situações mais exigidas no jogo. Quais? A meu ver, as relacionadas ao ataque, à defesa e à transição (tanto ofensiva quanto defensiva). Deve-se pensar: "O que eu proporei no treino para que os jogadores aprendam mais sobre uma situação particular de jogo?". Para isso dar certo, apenas uma condição: a competência para planejar jogos está ancorada na capacidade de o técnico perceber o que o jogo está a exigir. Não dá para planejar o que não se percebe!

Disponível em www.pedagogiadofutsal.com.br

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