quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jovem craque conquistou mais de quinze títulos em dez anos de Fluminense


“Ele não parece um jogador. Não tem cabelo diferente nem tem postura especial. Só tem o futebol”. Assim o pai Washington Couto define João Pedro Couto. Seu corpo franzino, as espinhas no rosto, andar tímido e a mochila azul de nylon nas costas mal conseguem revelar que o introvertido menino de 17 anos, que, há dez, joga com a camisa do Fluminense, é o grande nome do futsal tricolor.

Preteriu o futebol de campo. Com razão. Seria um pecado desperdiçar lances geniais da sua canhota habilidosa e o talento que só os grandes craques possuem. Com técnica, disciplina e simplicidade, o ala-esquerdo da categoria sub-17 do Flu no futsal e da Seleção Carioca, atual campeã brasileira de 2011, é o grande trunfo tricolor para o segundo semestre.

- Começou aqui com sete anos de idade, na categoria fraldinha, foi considerado um canhoto de muita qualidade, muita visão de jogo, com uma leitura de quadra já para idade que ele tinha, diferenciada em relação aos outros. Já era uma grande aposta, inclusive para Xerém, para o campo, opção essa não feita pelo próprio atleta. – explicou o professor Ivan Proença, Superintendente de Futsal e Coordenador Técnico Pedagógico de Xerém.
Foram 128 km três vezes por semana durante dez anos. Pavuna (Trabalho) – Niterói (buscar JP em casa)- Rio de Janeiro – Niterói. Esta é a rotina que Washington Couto, pai do jogador, percorre com maior prazer do mundo, segundo o próprio:
- Ele tinha seis anos e iria fazer sete. Comecei a vir ao treino uma vez por semana e acabei me acostumando com essa vinda uma vez por semana. Ele começou a se destacar, treinar cada vez melhor, e logo no primeiro ano ele estreou no Fluminense, com o Beto (treinador), em 2001. Em 2002 ela já foi titular absoluto do time do Beto. Era o segundo ano dele no fraldinha e logo no primeiro campeonato ganharam a Copa Rio no primeiro e no segundo semestre e ainda ganharam o Brasileiro, em Camboriú. Então aquilo começou a “virar a cachaça”, como a gente fala. Eu deixava de ir jogar minhas “peladas” para acompanha-lo. – afirmou.
Seu primeiro treinador, Beto, atualmente na categoria mirim de Xerém, insistiu em João Pedro. Depois que o jogador realizou seu primeiro teste em 2001, Washington achou a distância muito grande entre Niterói e Laranjeiras e desistiu de voltar ao Flu. Mas Beto insistiu e ligou para o pai do jogador pedindo a presença dele em mais um treinamento:

- Logo de cara acabou se destacando pelos passes, inteligência e habilidade. Um canhoto com visão de jogo e com futuro promissor, provou isso nesses anos todos. Em 2002, em seu primeiro campeonato, ele se destacou de tal forma que fomos campeões com sobras.- lembrou o treinador.

TÍTULOS PELO FLU

João Pedro já conquistou mais de quinze títulos como jogador. De 2001 até este ano, ele deu mais alegrias do que tristezas não só para seu pai, mas também para os torcedores do Fluminense.

Acostumado a jogar sempre junto de companheiros mais velhos, JP não se intimida e diz que isso é bom para seu desenvolvimento em quadra:

- Meu primeiro ano de pré-mirim joguei com atletas um ano mais velhos que eu. Joguei a final toda que foi uma surpresa para mim, pois não era para ser assim, joguei bem e fui importante para o meu time. – ressaltou.

Falcão, o melhor do mundo no futsal, serve de inspiração para João Pedro:

- Desde pequeno, sempre gostei muito do futebol dele, futebol habilidoso, objetivo… Foi muito importante para mim assistir os jogos dele, ver o que ele faz, tento apredner com ele vendo os jogos. Não sou muito habilidoso, porque igual a ela não existe. Não sou de fazer muitos gols, sou mais de dar assistência aos meus companheiros, sou bem objetivo, jogo para o gol, jogo para frente. – falou o jogador.

Com o dia dos pais neste mês de agosto, Washington lembrou que o presente ele já ganhou, aliás os presentes.

- Já ganhei tudo. Meus presentes vieram há 17 e 15 anos atrás, que são meus dois filhos. Depois disso, a gente só se junta ainda mais para comemorar em família. Eu amo de paixão os meus filhos. Sempre doei minha vida para eles. Depois que eles nasceram eu passei a cuidar da minha vida em função deles. – finalizou Washington.

Autor: Marcos Benjamin (Assessoria de Imprensa)

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